MY HERO - EXÚ








Exú é de 80 quando eu fazia fanzines e um deles O QUERELA tinha uma linha com personagens míticos, mais na linha das lendas populares locais. Foram publicadas 36 edições. Tinha quadrinhos, entrevistas e matérias afins. O EXÚ surgia na edição de número 7, por isso EXÚ 7, sem qualquer relação com qualquer  outra forma religiosa ou de culto. Nas histórias e nos diálogos sempre foi simplesmente EXÚ. Como sou adepto do Candomblé a denominação de EXÚ, refere-se ao orixá, o deus afro que guarda todos os caminhos, isto é, nenhum outro deus orixá sai ou entra sem o conhecimento dele (uma espécie de Heimdall)... Mais tarde, por causa da palavra sete, muitos confundiram com EXÚ na Umbanda, que é outra coisa, são falanges de várias denominações de entidades EXÚS (que devem ser respeitados), que são divididas em 7 linhas mas, EXÚ, aqui o personagem, é o deus Orixá.

No meu resgate do Orixá, eu o trouxe à Terra para caminhar entre os humanos e experimentar os sentimentos mortais e por vezes ele se travestia de mortal, assumindo feições humanas, velho, menino, mulher  e até animal...  Eram mais histórias assim, envolvendo este tipo de relação... Na sequencia, tinham outros três personagens, o Anjo Furioso - um anjo caído, incontrolável, um serafim de seis asas (de R. Martins), Cabeça-de-Cuia - um ser maldito, anfíbio que já fora humano que vivia nas águas - era uma lenda local (de Flamarion Cunha) e Salamandra de Fogo - um ser das lendas, de fogo, invisível aos humanos, tem uma forma híbrida humana-serpente (de Lancelott) na edição 17 do fanzine fizemos um encontro com todos que se denominou de CONCLAVE... 

EXÚ é um deus negro, (a figura mais próxima para exemplificar, seria a de um timbaleiro ornado com aquelas pinturas). Suas vestes e ou traje, são sempre motivos africanos e de acordo com a ocasião, uma bata e um sarongue longo para formalidades e ou contatos, para batalha e ou trânsitos, passagens, sempre ornado de pintura e quase nada de roupa. Pode ser negro total e ou apenas figurar a indumentária como pode oscilar para a pele mais humana, uma forma de camuflagem... Não tem um tamanho definido mas atua mais em proporções humanas...

Como um orixá responsável pelo contato com os humanos e os deuses tem o privilégio de conhecer todos os caminhos, portais, níveis temporais... Pode estar em um fato do presente e já estar vasculhando o passado ao mesmo tempo, mas sempre deixa as decisões em livre arbítrio... Não se furta a um embate nas condições do oponente, se humano, humano será (exímio capoeira). Pode conversar com um  interlocutor onde apenas ele ver e ouve, os outros não... Pode transportar junto com ele, outros a outras dimensões e ou tempo... Efim, essas possibilidades dado a um ser mítico...

Porta em viagens e quando em batalhas vários objetos, cabaças pequenas presas a cinta e ou ao ombro, que são objetos mágicos com várias finalidades, desde a portarem essências como serem objetos para aprisionar inimigos... Tem um bastao chamado “ògo” que pode transportá-lo a distâncias no tempo, este objeto sempre aparece quando viaja assim, tem propriedades magnéticas, por exemplo – pode arrastar um caminhão em sua direção, arrancar qualquer coisa metálica. Ainda tem o trindente, apenas um instrumento de guerra e ou majestosidade.

O mais interessante são suas tatoos que tem no corpo... Elas não são definitivas, podem aparecer e surgir convenientemente. Estão em 5 no braço direito, 3 na perna esquerda e uma por sobre a cabeça, quase sempre, quando emerge ou desparece elas sempre brilham...

Tem adereços em conchas pequenas à cinta e tornozelos, quando em forma de Orixa, seus pés nunca tocam o chão... Predomina a cor vermelha no que vestir.

Como personalidade é irreverente... Tem sentimentos e reações humanas é astucioso, grosseiro, vaidoso, indecente, entretanto,  Exú possui o seu lado bom, serviçal e prestativo, leal, justiceiro... Por isso o resgatei para interargir com os humanos  (aliás,  eu sou um personagem na história dele - IFÁ...rsss!)
Exú revela-se, talvez, por essa maneira, ser o mais humano dos Orixás, nem completamente bom, nem completamente ruim. O personagem em sí, permite rios de tinta para descrevê-lo e possibilita excelentes roteiros

Lancelott