terça-feira, 30 de setembro de 2008

O Sombra sabe... ah-ah-ah-ah-ah!.





O SOMBRA by Lancelot

O Sombra é um dos personagens pulp mais conhecidos. Criado em 1931 por Walter B. Gibson, o personagem surgiu de uma maneira diferente. Ele era o narrador de um programa de rádio sobre histórias detetivescas e fazia muito sucesso. Essa fama deu a idéia aos donos da editora Street & Smith de criar uma revista pulp (papel jornal, preço baixo e alta tiragem) com um personagem chamado O Sombra.

Assim, Walter B. Gibson, usando o pseudônimo de Maxwell Grant, criou o conceito do Sombra e passou a escrever as histórias. O êxito da revista foi tão grande que logo na seqüência surgiu programa de rádio, episódios para o cinema, adaptações para os quadrinhos (inclusive da DC Comics) e até um longa-metragem em 1994 estrelado por Alec Baldwin.

Uma gargalhada aterradora, por contraditório que pareça, fazia a alegria das tardes infanto-juvenis de 1944 em algumas cidades do Brasil. A voz cavernosa de Saint-Clair Lopes ecoava nos receptores, perguntando:– Quem sabe o mal que se esconde nos corações humanos?Para ele mesmo responder: – O Sombra sabe... ah-ah-ah-ah-ah!.

Ao estilo do que já ocorria nos Estados Unidos, O Sombra associa-se a outros produtos culturais, como as histórias em quadrinhos. Irradiado pela Farroupilha para todo o Sul do país, o seriado constituía-se em uma vantagem competitiva proporcionada pela então recente ligação da PRH-2 com os Diários e Emissoras Associados, de Assis Chateaubriand.

Patrocinado pela Gillete, O Sombra estréia, na capital gaúcha, às 19h do dia 6 de julho de 1944, precedido de algumas reportagens publicadas no Diário de Notícias. O seriado já fazia sucesso há seis anos no rádio dos Estados Unidos. No Brasil, era transmitido pela Tupi, de São Paulo, e pela Nacional, do Rio de Janeiro. Junto com a Farroupilha, também a Rádio Clube de Pernambuco, de Recife, começou a irradiar as aventuras do milionário Lamont Craston. O jornal dos Associados faz ampla publicidade de O Sombra:
“Esse personagem tão temido, entretanto, é um homem de carne e osso como todos nós, mas como nenhum de nós possui um poder sobrenatural: há muitos anos na Índia, ele conquistou, através do ocultismo, a invejável faculdade de se tornar invisível – prendendo os inimigos no mais flagrante delito, não raro empenhando-se em brigas perigosíssimas para si e para quem conhece sua noiva, a linda Margot Lane, a única aliás que conhece o segredo de o Sombra. Esse homem de carne e osso não é outro senão Lamont Craston, jovem rico e elegante, possuidor de excelente ilustração e praticante de esportes como todo bom americano”.

Além da frase inicial, o alter ego de Craston recorria a outros bordões como “O crime não compensa” e “As sementes do crime produzem frutos amargos”. Nos anos 30, o Sombra tornou-se o primeiro grande herói dos pulps, publicações populares típicas da época da depressão econômica posterior à quebra, em 1929, da Bolsa de Valores de Nova Iorque. Em abril de 1931, a Street & Smith publicava a primeira novela policial do personagem criado por Walter B. Gibson, que assinava as estórias com o pseudônimo Maxwell Grant.

Na versão radiofônica norte-americana, iniciada em 1937, Orson Wells interpretava o Sombra. No Brasil, a estréia do seriado foi precedida da publicação das novelas originais pelo Suplemento Policial em Revista e das histórias em quadrinhos por O Lobinho. Isto, ainda, no início da década de 40. O seriado começou a ser transmitido pela Nacional no dia 16 de novembro de 1943.

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